domingo, 30 de setembro de 2012

FALANDO UM POUCO MAIS SOBRE AUTISMO

O autismo e a educação especial em si, é algo que tem tomado bastante meu tempo nesses últimos dias, e é um assunto para o qual venho direcionando meu foco para leitura e entendimento. Acho que Educação Especial e inclusão são assuntos de extrema importância dentro da pedagogia e para os quais nesse momento estou dando maior destaque, então, conforme caminham minhas leituras quero ir compartilhando aqui com vocês... E me perdoem se o assunto ficar muito repetitivo, pois muita coisa já foi dita no resumo do debate, mas acho que quanto mais claro ficar melhor não é mesmo? Todos os comentários e sugestões são recebidos sempre com muita alegria! :)

 AUTISMO -  Conceito


Se falar sobre a enunciação de qualquer doença ou síndrome, demanda falar necessariamente da sua evolução histórica. Estudar a definição do autismo torna imperativo saber o que se conjeturou sobre a definição e etiologia dessa síndrome até então, uma vez que as primeiras tentativas de delimitar um saber sobre esse distúrbio aconteceram no início do século passado.
Não é a proposta do presente artigo, fazer um resgate profundo sobre como a definição do autismo evoluiu e como adquiriu diferentes aspectos. Mas, tentar lembrar alguns aspectos históricos importantes, para que a tentativa de se fechar uma definição não seja estéril e a-histórica.
 Leo Kanner em 1943 e Hans Aspeger, no ano seguinte descrevem uma forma de patologia infantil com sintomatologia muito parecida, o primeiro autor, por escrever sua obra em inglês torna-se mais conhecido que o segundo, que publica suas descobertas com o original em alemão.  Mesmo Gauderer (1993, pg 8), não compartilhando a conceituação do autismo dada por Kanner (1943), lembra que este último afirmava ser o autismo um distúrbio inato do contato afetivo, relacionando-o com fenômeno da linha esquizofrênica, talvez pela sua influência de Bleuler que estava impregnado com as idéias da psicanálise. Kanner associava o autismo à psicose por falhas nos exames físicos e laboratoriais e por acreditar que ocorressem entre os parentes algumas formas de “refrigeração emocionais”, diferente de Gauderer (1997, pg 8) que acredita que o autismo é um quadro de um distúrbio do desenvolvimento não havendo qualquer indício de etiologia psicológica.
As principais características do autismo seriam: 1) as dificuldades no relacionamento com pessoas; 2) desejo obsessivo a preservar coisas e situações; 3) alterações da linguagem e na comunicação interpessoal.
 Com o advento do diagnóstico diferencial e mudanças por parte da psiquiatria e da psicologia na forma de compreender essa patologia, pôde-se ver que na esquizofrenia que ocorre na infância notam-se comportamentos estranhos, mas os mais típicos são alucinações, delírios, associações soltas, desconexas ou incoerente do pensamento, sintomas estes que não aparecem no autismo, como nos lembra Gauderer (1997, pg 10).
Para este autor, o autismo é uma inadequalidade no desenvolvimento que se manifesta de maneira grave durante toda a vida. É incapacitante e aparece nos três primeiros anos de vida. Atinge as famílias de qualquer configuração racial, étnica e social, não se conseguiu até agora provar nenhuma causa psicológica no meio ambiente dessas crianças que possa causar a doença.
Para Petters (1998, pg 65), tratam-se de crianças que vieram com uma inabilidade inata de ter contatos afetivos normais e biologicamente determinados com as pessoas.
Ainda persistem profissionais que acreditam na psicogenia do autismo. Por mais que até o presente momento alguns psicanalistas tentem argumentando sobre a imbricação do autismo com a psicose, o próprio Dicionário de Psicanálise de Laplache e Pontalis, (2001, pg 391) traz que a psicose teria como denominador comum os sintomas manifestos pela tentativa secundária de restauração do laço objetal, através da construção delirante, ausente no autismo, como dito antes. Essa concepção não parece sensata, já que parte do pressuposto de que seria uma forma de patologia que afetava crianças anteriormente normais, como afirma Rutter em seu artigo para o livro de Gauderer, 1997.
Autores, como Ornitz, no mesmo livro argumentam ser o autismo um grave distúrbio no desenvolvimento do comportamento que não apresenta sinais neurológicos demonstráveis, nem uma neuropatologia consistente e nem marcadores genéticos.
Para Schwartzman (1994, pg 15) o autismo é uma condição crônica com início sempre na infância, em geral aparecendo os primeiros sintomas até o final do terceiro ano de vida, que afeta meninos em uma proporção de quatro a seis para cada menina. A estimativa é de dez para cada dez mil nascimentos, essa síndrome para este autor vem de condições nos períodos pré-peri-pós-natais.
 Neste momento pode-se tentar pensar sobre o autismo como uma incapacidade de aprendizagem social diferente de uma incapacidade intelectual geral ou retardo mental, a diferença é que no autismo existe uma desvantagem com base em um desenvolvimento que resulta em um estilo cognitivo diferente. Hoje, fala-se, da tríade de desordem, sendo ela formada por distúrbios de comunicação, de interação social e de imaginação, “estes apresentam-se juntos, embora com intensidade e qualidade variadas” (Bosa, 2002, pg 25). Em função dessa nova noção de tríade Assumpção Jr in Guaderer e col, (1997, pg 182) afirma que não se pode falar de uma doença e sim de uma síndrome, com as mais variadas etiologias, em que existe um repertório comportamental característico formado pela incapacidade qualitativa na interação social, na comunicação verbal e não verbal e na atividade imaginativa.
Na verdade, trata-se de uma distorção grave e generalizada do processo de desenvolvimento, podendo persistir até a idade adulta que recebe o nome de estado residual.
O autismo pode ocorrer isoladamente ou em associação com outros distúrbios que afetam o funcionamento do cérebro, como infecções viróticas, distúrbios metabólico, epilepsia e retardo mental, pode está associado a doenças orgânicas como rubéola congênita ou fenicce tonúria, havendo dois diagnósticos, a síndrome comportamental e a doença física, advoga Gauderer (1997, pg 12).

Os critérios diagnósticos para o autismo são os seguintes:
  Início antes dos dois anos e seis meses (trinta meses) de idade;
  Uma determinada forma de desvio do desenvolvimento social;
  Uma determinada forma de desvio da linguagem;
  Comportamentos estereotipados e rotinas;
  Ausência de delírios, alucinações e distúrbios do pensamento do tipo esquizofrênico.

Agora gostaria da colaboração de vocês sobre o assunto! Deixem seus comentários!! :)

Postado por: Larissa Lopes



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