terça-feira, 18 de setembro de 2012

A ORGANIZAÇÃO ESPACIAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL



Percebemos que a escola da atualidade necessita do lúdico em suas atividades e isso ocorre principalmente na educação infantil. Pois no brincar a criança aprende a separar o mundo da fantasia do mundo real, e assim consegue entender a diferença entre o trabalho e a brincadeira. Muito foi pesquisado, investigado e experimentado até se chegar à conclusão de que a criança tem possibilidade de aprender brincando. Surgiu então o espaço para atividades, oferecendo no brincar uma relação cognitiva que pudesse potencializar o desenvolvimento infantil, permitindo a este aluno interação social na construção do saber. Os vários tipos de cantinhos vieram agregar na criança o brincar, o sentir, o construir e o aprender, de forma leve e acolhedora. A partir do momento que a criança percebe que pode aprender nesses espaços pedagogicamente pensados e preparados ela se sente parte daquele ambiente e assim poderá dosar suas emoções, construir sua individualidade e formar sua personalidade. O espaço ou cantinhos como são chamados permiti evolução com as crianças em diferentes idades de maneira especifica demonstrando varias formas de aprender brincando. As atividades realizadas nos cantinhos facilitam para o professor proporcionar a criança o progresso psicológico, intelectual e moral. Pois a criança antes de entrar na escola tem sua vida exclusivamente no ambiente familiar com tudo e todos voltados a ela.
Antes de aprofundarmos no tema, é importante relembrarmos um pouco a trajetória da Educação Infantil no Brasil. Houve época em que se vinculou a educação infantil à saúde, à caridade, ajuda aos mais necessitados e em outrora à educação. Haja vista o total descaso do poder público.
Devido a essa trajetória conturbada e cheia de interesses próprios, a educação infantil passou por diferentes momentos que refletiram e muito na sociedade brasileira.
A necessidade de uma sequência básica nas atividades diárias oferecidas pela escola afetou positivamente no cotidiano das crianças. Houve então o interesse em começar a fazer uma leitura das necessidades das crianças e famílias que procuravam a escola. Diante deste novo conceito de ensinar, o educador começou a prestar mais atenção nos vários comportamentos da criança, desde a forma como brincava, o espaço que mais gostava de ficar, se preocupando até com que período do dia a criança ficava mais atenta ou agitada. Sendo este processo de conhecimento do espaço e do tempo fundamental para o melhor desenvolvimento da criança, sem esquecer-se de agregar ao contexto sociocultural uma proposta pedagógica que venha para lhe dar o suporte necessário.
Para falarmos sobre espaço em âmbito educacional não podemos deixar de lembrar os espaços escolares em outras décadas. A arquitetura das escolas era fria e impunha por si só características de ordem e disciplina severa que à época exigia, destoando da real necessidade da criança. As salas organizadas em filas de classes, corredores imensos e estreitos, sempre um silêncio que destoava do ambiente escolar.
É tendenciosa a relação dos educadores em realizar trabalhos dirigidos de forma individual, não se preocupando com o espaço para tarefas coletivas, demonstrando com isso, dificuldade em orientar grupos e escolhas feitas pelas crianças.
Os espaços escolares tinham como objetivo controlar e vigiar as crianças, pouco se preocupando com a interacidade e sociabilidade delas.
Com o passar dos séculos a organização do espaço foi se modificando principalmente na sala de aula, mas isso não garantiu que os métodos arcaicos desaparecessem por completo, continuando muito presente na prática docente.
O novo assusta e com isso o simples fato do professor querer mudar a disposição das carteiras na sala de aula lhe causa transtornos que o fazem recuar ao tradicional. Fica evidente o despreparo do educador em controlar suas crianças, isso nos mostra o quanto à manipulação do adulto interfere no desenvolvimento da criança.
Ainda hoje em sua maioria, as escolas brasileiras oferecem um espaço que impõe a disciplina na qual não prevalece à necessidade da criança, impossibilitando melhor interação entre elas, inclusive de apropriação de espaço.
Em algumas instituições que oferecem a educação infantil ainda persistem em colocar a mesa e cadeira do professor, evidenciar o quadro-negro, estimular a individualidade solicitando que cada criança tenha sua cola, sua tesoura, seu lugar, etc. A organização é sim fundamental, então porque não organizar de forma coletiva, nossa prateleira de jogos, nossos brinquedos, nosso espaço de leitura, etc. O professor parece não querer entender ou aceitar que uma criança pode aprender e muito brincando, jogando, enfim se divertindo, pois para ela isso é muito sério e pode lhes trazer a interação com objetos e pessoas e assim descobrir diversas possibilidades.
A criança na sua mais pura essência consegue estabelecer relações entre o mundo e as pessoas, utilizando o espaço como uma tela na qual conta suas emoções das mais variadas formas.
O maior desafio ao pensarmos em um espaço para aprendizagem na educação infantil é a possibilidade dele ser transformado. As salas necessariamente planejadas para o longo do dia, com materiais e objetos pedagogicamente relacionados à faixa etária das crianças que conforme Lei deve ir de 0 a 6 anos. Esse preparo sério e responsável do espaço possibilita inclusive modificações caso surjam imprevistos durante os trabalhos.


A CONTRIBUIÇÃO DOS TEÓRICOS


Iniciaremos este capítulo refletindo e recordando alguns grandes pesquisadores, que tiveram papel significativo e norteador nos caminhos a serem percorridos no processo de ensino-aprendizagem.

 Henri Wallon (1879 – 1962)
Ele nos apresentou a teoria psicogenética da aprendizagem, na qual desenvolveu um estudo integrado entre o intelectual, afetivo e social. Pois acreditava não ser possível dissociar o biológico do social.
Wallon nos trouxe a certeza de que a criança não é somente corpo, mas é também emoção e que isso se estenderia para a sala de aula. Ele acreditava na emoção como papel principal na vida das pessoas, e que somente com emoção poderíamos expressar desejos e vontades.
Para Wallon, a emoção é orgânica, respiração, batimento cardíaco e até musculatura. Através destes movimentos o ser humano aprende a se conhecer.
Wallon (1981) rompe com uma noção de desenvolvimento linear e estática, demonstrando que o ser humano se desenvolve no conflito, sua construção é progressiva e se sucede por estágios assistemáticos e descontínuos.
Wallon (1981, p. 43) diz que:
[...] os estágios de desenvolvimento importantes para a formação do ser humano não são demarcados pela idade cronológica, e sim por regressões, conflitos e contradições que propiciem que se reformulem e ampliem conceitos e funções. Em cada estágio, há predomínio de uma determinada atividade que corresponde aos recursos que a criança dispõe, no momento, para interagir com o ambiente.
A afetividade sempre foi considerada por Wallon como um dos conceitos mais amplos das emoções e um dos principais elementos do desenvolvimento humano.
Essas idéias foram expostas por Wallon numa época em que se aceitava somente o ensino tradicional, com isso abalou os convictos da época. Pois bem diferente do que praticavam os métodos tradicionais, Wallon propôs o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais humana, enxergando a pessoa como um todo.

Henri Wallon valorizava o espaço físico e a qualidade de gestos, movimentos para fluir pensamentos e emoções. Ele era contra a posição enfileirada das carteiras nas salas de aula, conforme exige o método tradicional.
Para Wallon era de fundamental importância a educação psicomotora. Pois ele acreditava que o ato de aprender brincando desenvolve habilidades de forma natural e agradável, estimulando a expressão corporal e o equilíbrio, além de desenvolver a parte motora, social, emocional e cognitiva. Incluindo os jogos, brincadeiras e brinquedos.

Lev Vygotsky (1896 – 1934)

Vygotsky é considerado como teórico do ensino como processo social. Ele não formulou uma teoria pedagógica, mas sim estudos sobre o desenvolvimento intelectual dos indivíduos.

Para Vygotsky era através da valorização da cultura que existiria uma transformação do contexto social, realizado pelo indivíduo. Isso só correria na relação dialética entre o sujeito e a sociedade, observando a relação dele com o mundo. Acreditando sempre que o desenvolvimento cognitivo ocorre de fora para dentro através da ação mediadora. Todo aprendizado é necessariamente mediado, o que torna o papel do ensino e do professor mais ativo e determinante.

Vygotsky formulou dois conceitos: Zona de desenvolvimento real e a Zona de desenvolvimento proximal. O desenvolvimento Real: indivíduo capaz de realizar tarefas independentemente. O desenvolvimento Proximal: indivíduo precisa percorrer um caminho para desenvolver funções ainda em processo de amadurecimento.

Cabe ao professor ter a habilidade para identificar essas duas capacidades e trabalhar o percurso de cada aluno.

Para o teórico a instituição escolar é fundamental na formação do conhecimento, pois é através do aprendizado que se amplia o universo mental do aluno. É o primeiro contato da criança com novas atividades.

Ele afirmava que o ensino deve se antecipar ao que o aluno não sabe e ainda não é capaz de aprender sozinho. Conhecido hoje como construtivismo.

A partir do momento que estes conceitos são trabalhados a criança internaliza os conhecimentos, apropriando-se dele. É o professor o responsável por essa aprendizagem, devendo antecipar e proporcionar atividades que favoreçam a aprendizagem significativa dos alunos.

Vygotsky afirma que a interação e o instrumento lingüístico são decisivos para o desenvolvimento humano.
Vygotsky (2000, p. 123) situa a imaginação na criança, e diz que é a ação que a impulsiona:

A imaginação é uma nova forma que não está presente na consciência da criança mais nova, totalmente ausente nos animais e representa uma forma especificamente humana de atividade consciente. Como todas as funções da consciência, ela também surge originalmente da ação. O velho adágio que diz que o brinquedo é a imaginação em ação pode ser invertido: podemos dizer que a imaginação nos adolescentes e nas crianças em idade pré-escolar, é o brinquedo sem ação. Durante os anos da pré-escola e da escola as habilidades conceituais da criança são expandidas através do brinquedo e do uso da imaginação. Nos seus jogos variados a criança adquire e inventa regras, ou, ao brincar, a criança está sempre acima da própria idade, acima de seu comportamento diário, maior do que é na realidade. Na medida em que a criança imita os mais velhos em suas atividades padronizadas culturalmente, ela gera oportunidades para o desenvolvimento intelectual. Inicialmente, seus jogos são lembranças e reproduções reais de regras implícitas que
dirigem as atividades reproduzidas em seus jogos, a criança adquire um controle elementar do pensamento abstrato. Nesse sentido o brinquedo dirige o desenvolvimento.


Jean Piaget (1896 – 1980)

Piaget foi nome influente no campo da educação durante segunda metade do século 20. Formou-se em Biologia, foi filósofo e psicólogo experimental e nunca atuou como pedagogo. Sua vida foi dedicada a pesquisas e observações científicas referente a aquisição de conhecimento, particularmente da criança, constatando que o aprendizado é adquirido através de constantes conflitos cognitivos. Foi o criador da Epistemologia Genética: é uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança.
O egocentrismo é um conceito essencial da epistemologia genética. Explicando como acontece a transformação do raciocínio infantil no que se refere ao amadurecimento do pensamento em relação ao domínio a lógica, de forma gradual, respeitando a seqüência lógica do pensamento. Desta forma Piaget descobriu que o aprendizado é um processo gradual em que a criança se capacita constantemente, adquirindo noção e responsabilidade individual, indispensável para a autonomia moral da criança.
Conforme Piaget a criança passa por um período de evolução do conhecimento e as compreensões deste percurso cognitivo ocorrem através de etapas de desenvolvimento. Ele descreveu esse período em quatro estágios básicos, desde o nascimento até o início da adolescência:
Os estágios de Piaget: 


  •  Estágio Sensório-motor, do nascimento até os 2 anos, fase em que a criança adquire a capacidade de administrar seus reflexos básicos, desenvolvendo percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta. Encontra-se na fase egocêntrica.
  •  Estágio Pré-operacional, dos 2 aos 7 anos, surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda incapaz moralmente de se colocar no lugar de outra pessoa.
  •  Estágio das operações concretas, dos 7 aos 12 anos, já adquiri noção de reversibilidade das ações. A criança já domina conceitos de tempo e número e possui a habilidade de discriminar objetos por semelhanças e diferenças.
  •  Estágio das operações formais, por volta dos 12 anos, essa fase marca a entrada, em termos cognitivos, na idade adulta. O adolescente passa a ter domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que o habilita a experimentação mental, relacionando conceitos, abstratos e raciocínio sobre hipóteses.

Enquanto passa de um estágio para outro, a criança adquire noção e responsabilidade fundamentais para sua autonomia moral.
Para Piaget, educar é provocar a atividade, estimular o conhecimento, pois não podemos fazer uma criança aprender o que ela ainda não tem condições de assimilar.
O desenvolvimento cognitivo ocorre de dentro para fora, conforme Piaget. Através de conflitos que a criança passa no decorrer de sua aprendizagem, tendo interferência do ambiente, em relação ao meio físico e biológico, o que proporciona o desenvolvimento do pensamento.
Piaget (1974) diz:
“A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável à prática educativa”.


IDÉIAS DE ORGANIZAÇÃO DE ESPAÇOS


A organização do espaço físico deve ser estruturado e pensado de forma a possibilitar conforto e segurança à criança. Pequenos grupos de crianças devem ser formados possibilitando melhor coordenação na hora do brincar evitando assim que o professor tenha que atrair a atenção de todos ao mesmo tempo.
O importante ao organizar espaços é priorizar o que determina os princípios da educação infantil: cuidar e educar de forma indissociável. Devemos respeitar as necessidades e capacidades das crianças de 0 a 6 anos oferecendo sempre o melhor para o seu desenvolvimento. Para isso acontecer à escola e o professor devem chegar ao consenso, de que o espaço deve ser sempre pensado para a criança.
É dever da escola e do professor oferecer a criança da educação infantil:

  •  O brincar
  • Atenção individual
  • Espaço estimulante, seguro e acolhedor
  • Saúde e Higiene
  • Alimentação adequada
  • Desenvolvimento cognitivo
  • Proteção e afeto
  • Acolhida adequada ao período de adaptação
  • Estímulo ao desenvolvimento de sua identidade cultural, racial e religiosa.
Precisamos nas escolas de espaços que sejam provocadores de diversas formas de expressão: motora, musical, gráfica, que estimule interação, oportunidade e aprendizado. Devemos enxergar na organização do espaço a vivência plena da infância. Para garantir isso basta ter boa vontade, criatividade e afeto.
Vigotsky (1984, apud WAJSKOP, 2007), afirma que:

É na brincadeira que a criança consegue vencer seus limites e passa a vivenciar experiências que vão além de sua idade e realidade, fazendo com que ela desenvolva sua consciência. Dessa forma, é na brincadeira que se pode propor à criança desafios e questões que a façam refletir, propor soluções e resolver problemas. Brincando, elas podem desenvolver sua imaginação, além de criar e respeitar regras de organização e convivência, que serão, no futuro, utilizadas para a compreensão da realidade. A brincadeira permite também o desenvolvimento do autoconhecimento, elevando a autoestima, propiciando o desenvolvimento físico-motor, bem como o do raciocínio e o da inteligência.

 Várias são as sugestões de espaços e com idéias simples podemos transformar o cotidiano das instituições. Serão apresentados agora alguns exemplos dos inúmeros espaços utilizados atualmente.


CANTINHO DA LEITURA

É um espaço importantíssimo na sala de aula. Onde as crianças encontrarão variados materiais de leitura: livros, revistas, gibis, jornais, livros de receitas, atlas, dicionários, etc.As crianças aprendem a manusear o material (escolher o material, ler e devolver no mesmo lugar), a ter cuidado o material (não amassar, rasgar ou rabiscar) ampliando sua autonomia.Importante: não deixe lápis (ou material para escrever) neste espaço.


CANTINHO DOS JOGOS

Podemos disponibilizar jogos que estimulem a criança a solucionar problemas, ajudando na sua coordenação motora e na interação com outras crianças.


 CANTINHO DA INFORMÁTICA


Podemos disponibilizar computadores com softwares pedagógicos que estimule na criança, cores, movimentos, raciocínio, memória visual e auditiva.


CANTINHO DA MÚSICA

Podemos criar um acervo de CDs e DVDs com videoclipes e apresentar as crianças à boa música, desde as músicas clássicas, MPB, cantigas de roda, sempre procurando estimular movimento, audição, ritmo das canções, tempo.


CANTINHO PARA ARTES

É fundamental! Um dos espaços da sala  pode ser reservado para as Artes Plásticas: desenho, pintura, modelagem e colagem. Este é um espaço que precisa da organização pela professora (manter os materiais necessários) e das crianças (aprendem a manusear os materiais para suas produções).
A limpeza posterior deve ser compartilhada com as crianças.


CANTINHO DA DRAMATIZAÇÃO

 A "casinha" ou "casa de bonecas", no qual elas vivem os papéis familiares e constroem relações com os colegas da turma. Para organizar esse espaço você pode dispor de móveis e utensílios em tamanho reduzido, bonecas diversas (de plástico, de tecido) e outros brinquedos


CANTINHO DE CIÊNCIAS

 Pode ser montado com experimentos de acordo com o projeto desenvolvido. Livros de assuntos estudados também podem ficar neste canto. Podemos montar aquários e terrários com as crianças.
A proposta dos espaços nas escolas surgiu para trazer autonomia as crianças, fazendo com que elas se sintam capazes e responsáveis por suas escolhas, tomando decisões e interagindo com o grupo e o professor.
As escolas juntamente com os professores avaliam e decidem qual a melhor forma de dividir os espaços que pode ser pequeno em uma sala ou grande em várias salas.


A IMPORTÂNCIA DO TEMPO NA ORGANIZAÇÃO ESPACIAL E APRENDIZAGEM


 Falar sobre o tempo sempre será um desafio, principalmente quando queremos pensar nas práticas vividas na educação infantil. Em vários momentos o tempo é motivo de angústia e de insatisfação. Para muitos o tempo tem destaque especial em tudo que se faz na vida.
É importante entender que a criança utiliza recursos psicológicos para definir o tempo cronológico. Para elas, o tempo real é o tempo do prazer, em que a hora é aquilo que é determinado por um fazer obrigatório.
Os problemas de tempo que as crianças enfrentam não envolvem complicados conteúdos de física, mas se referem a coordenar movimentos em suas ordens temporal, enfim em organizar comportamentos confrontando aspectos subjetivos influenciados pelo egocentrismo com a realidade objetiva. A sistematização dessa conduta desde a infância influencia fortemente o desenvolvimento da inteligência e repercute por toda a vida do sujeito.
Piaget (1950) diz:
Egocentrismo é o termo entendido como uma centração cognitiva sobre si mesmo ou, em outras palavras, uma dificuldade de coordenar diferentes pontos de vista.
Acreditamos que a possibilidade de experimentação de atividades que envolvam o tempo pode contribuir para o desenvolvimento da criança, tendo aí mais um elemento que destaca a importância da educação infantil e a formação de qualidade dos educadores.
O tempo entra como auxílio ao professor, que não pode deixar a criança dispersa. Para que as crianças experimentem diferentes espaços durante o dia o professor pode organizar momentos mais coletivos, em pequenos grupos.
O tempo utilizado no espaço deve ser aquele que permiti explorar e se dedicar na atividade sem perder o interesse. Para a criança tempos prolongados acabam dispersando sua atenção.
O importante é que tenham os espaços que estão em grade curricular e no decorrer dos dias pequenas propostas possam ser inclusas como incentivos para os pequenos.
Entendeu-se que ao experimentarem espaços distintos as crianças podem manipular ambientes diversos para assim, aos poucos, construírem o espaço como representação, para mais á frente, sentirem-se elemento do mundo ao seu redor.
Organizado em cantos de atividades o ambiente da sala de aula proporciona uma interação bem mais próxima e intensa entre as crianças. Interagindo com os amigos e os objetos desses espaços, os pequenos constroem seus próprios conhecimentos de forma mais ativa.
Independente do espaço ou situação tornou-se claro a importância do respeito a infância e as especificidades que permeiam o desenvolvimento e a aprendizagem infantil.
A organização do espaço na educação infantil é fundamental para o desenvolvimento integral da criança, desenvolvendo habilidades motoras, cognitivas e afetivas. A criança que tem oportunidade de freqüentar um ambiente pensado e construído para ela, vivência emoções que colaboram na maneira de pensar, expressar e viver na sua relação com o mundo.
A sala de aula deve ser um espaço de cooperação e de troca, cabe ao professor a tarefa de promover a colaboração entre as crianças, socializando e construindo conceitos. A preocupação com a reformulação de idéias deve ser constante no confronto com a realidade. É fundamental que a educação promova condições para que os alunos sejam transformadores da sociedade e de si mesmos.
Assim, é relevante considerar a relação professor/aluno e a sua importância no processo de desenvolvimento e aprendizagem da pessoa, sendo a emoção e o conflito considerados positivos e necessários e não inapropriados e inconvenientes.
A escola precisa buscar nas propostas educacionais e na conduta do professor uma educação além do conhecimento, mas para isso é necessário entender a relação eu e o outro no processo de construção do desenvolvimento do aluno.
Através do lúdico as crianças com certeza serão mais alegres, felizes, criativas e motivadas. O aluno se sentirá acolhido, pois estará inserido em um espaço propício à aprendizagem e aprenderá de forma estimulante e interessante o que antes era ensinado de forma cansativa e desestimulante.




REFERÊNCIAS


-MÜLLER, Ana Paula Pamplona da Silva. Caderno de estudos: Pedagogia da Educação Infantil. Centro Universitário Leonardo da Vinci. Indaial: UNIASSELVI, 2008.
-WALLON, Henri. Origens do pensamento na criança. Ed. Manole, São Paulo, 1981.
-WOLFF, Celi Terezinha. Organização do trabalho pedagógico na educação infantil. 2ª Ed. Indaial. 2008.
-PIAGET, J. Aprendizagem e Conhecimento. São Paulo: Freitas Bastos, 1974.
-PIAGET, J.  A representação do mundo na criança. Rio de Janeiro: Record,1950.


-VIGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
-WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. 7. ed- São Paulo: Cortez, 2007.

Escrito por:  LAURA ANDREZA SILVEIRA NAZAR

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