quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP)


Pelo estudo a ser elaborado, essa formação de ideias será conduzida pelas veredas do "Projeto Político-Pedagógico" (PPP) e tem seus objetivos voltados para a análise do espaço pedagógico reservado para que seja usado pelo projeto na gestão "pedagógica" da escola pública. Sendo assim, o caminho a ser percorrido, será por meio da pesquisa de campo, somado com a fundamentação teórica, para que se tenha conhecimento de ambas as faces da questão a ser analisada, desde o apoio teórico, pois se faz necessário trazer ao conhecimento, o entendimento dos doutrinadores que são legítimos formadores de opiniões e das leis que tratam do assunto relacionado ao tema dessa obra. Porém na coleta de dados, será utilizada a oportunidade do estágio a ser realizado, vez que na ocasião haverá entrevista com o(a) diretor(a) da escola a ser visitada, bem como, na ocasião lhe será entregue um questionário a ser respondido por ele(a), assim como um acompanhamento por um dia dos afazeres da diretoria daquela escola pública, bem como conversas informais com professores e pais de alunos, sobre a questão do (PPP), se o mesmo está ou não fazendo uso do espaço de orientador da questão pedagógica. Buscando informações quanto ao (PPP), se o mesmo carece ou não de uma reavaliação pedagógica, pois é isto que se tem em mente valer a pena para o ensino público brasileiro.
A avaliação da gestão pedagógica nada mais é do que um procedimento de constituição, por meio de ação conjunta, na qual participam os profissionais da área docente, com a presença da equipe pedagógica, somando-se ainda toda a equipe gestora, numa ocasião em que deverá ser apresentado um projeto de educação direcionado para melhorar os atributos do ensino/aprendizagem disponibilizado pela escola.
Segundo o entendimento de Veiga (2004), o Projeto Político Pedagógico, (PPP) se divide em dois graus: a) – "como organização da escola como um todo" e, b) – "como organização da sala de aula", compreendendo, analogicamente com a conjuntura social imediata, buscando conservar o ponto de vista do contexto.
Sendo assim, esse check-up acontece sobre o ambiente do (PPP) dentro da Gestão Pedagógica, visto que essa é a questão qual se considera como requisito principal para direcionar as veredas da escola pública. Bom lembrar, que esse estudo se relaciona com a coordenação das tarefas pedagógicas.
Villas Boas (2008), assim se situa com respeito ao que acima foi exposto:
Nesse posicionamento, há consonância com os dois significados de “trabalho pedagógico” expressados por Veiga (2004), o primeiro, em sentido mais amplo, refere-se ao trabalho realizado pela escola como um todo. O segundo, em seu sentido restrito, o trabalho pedagógico resulta da interação do professor com seus alunos, em sala de aula convencional e em outros espaços. (Villas Boas, 2008),

De início, o que se tem para ressaltar nesse estudo, trata-se do tema "Projeto Político-Pedagógico", que segundo Veiga (2004) lembra que o seu aspecto proposital é o ajuste deliberado pela coletividade, tornando-o um projeto com aspectos pedagógicos e políticos. Continuando, Veiga (2004) acrescenta que:
Todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar inti­mamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade [...]. Na dimensão pedagógica reside a possibili­dade da efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão parti­cipativo, responsável, compromissado, crítico e criativo. Pedagógico, no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. (VEIGA, 2004).
Vasconcellos (2008), também faz menção ao termo: "Projeto Político-Pedagógico, por ser este um termo que, segundo ele, contempla desde as dimensões mais específicas da escola (comunitárias, administrativas e pedagógicas) até as mais gerais (políticas, culturais, econômicas)". (VASCONCELLOS, 2008)
Já para Resende (2004), é importante "considerar que e enfatizar a concepção de projeto pedagógico também como político, pois são dimensões indissociáveis, na medida em que se tornam intrinsecamente dependentes o fazer educativo e o fazer político".
Sendo assim, o ponto de vista político dessa obra, aponta para a modalidade de sua edificação coletiva, abarcando toda a comunidade que venha participar por meio de sua inclusão, ajudando a construir um projeto que tenha vida, dando novo sentido no dia-a-dia da escola pública.
E no sentido pedagógico, o projeto admite a definição de direcionador da escola pública e adota o papel de orientador que facilita a significação das diretrizes, dando norte ao que se deve fazer e o que não deve ser feito.
Segundo o discurso de Vasconcellos (2009), diz que com início na década de 70, do século próximo passado, as críticas da sociologia francesa fizeram com que: "a escola se vê como palco de conflitos e contradições sociais. Desde então, a explicitação de seu projeto para dizer a que veio e onde pretende chegar se torna cada vez mais importante".
Continuando, Vasconcelos (2009) acrescenta que:
O PPP é o plano global da instituição, podendo ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de planejamento participativo que vai se aperfeiçoando e se definindo na caminhada a partir da leitura da realidade. Neste sentido é um instrumento teórico-metodológico para a transformação da realidade, sendo, portanto, um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação. (Vasconcellos 2009)
Para Gadotti (2004), "o projeto pedagógico da escola é um processo inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade que permanece como horizonte da escola. Em razão disso, ao procurar retratar a realidade da escola como um todo, o PPP, realmente, nunca está pronto e acabado".
Para Veiga (2004), “o projeto político-pedagógico busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com sentido explícito, com compromisso definido coletivamente”.
Para Neves (2004), “é um instrumento de trabalho que mostra o que vai ser feito, quando, de que maneira, por quem, para chegar a que resultados”.
Como se sabe que o dia-a-dia da escola pública é repleto de mudanças, entende-se que o projeto carece de buscar forças na juntura teoria/prática, entendendo a metodologia a começar pela teoria e buscar exercita-la com sólida base teórica, evidentemente isso tudo só se faz, se houver empenho geral, para uma definição de planejamento grupal e participativo. Bom lembrar que isso não é fácil, visto que os envolvidos saibam de fato, a seriedade e a carência desse projeto para a escola pública.

  • REFERÊNCIAS

-BRASIL. Lei Nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996.

-GADOTTI, Moacir. Projeto político-pedagógico da escola: fundamentos para a sua realização. In: GADOTTI, Moacir e ROMÃO José E. Autonomia da escola: princípios e propostas. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2004.

-NEVES, Carmen Moreira de Castro. Autonomia da escola pública: um enfoque operacional. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 17 ed. Campinas, SP: Papirus, 2004.

-RESENDE, Lúcia Maria Gonçalves de. Paradigma – relação de poder – projeto político-pedagógico: dimensões indissociáveis do fazer educativo. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 17 ed. Campinas, SP: Papirus, 2004.

-VASCONCELLOS, Celso. S. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2009.
______. Planejamento: Projeto de ensino aprendizagem e projeto político-pedagógico: elementos metodológicos para elaboração e realização. 10 ed. São Paulo: Libertad, 2008.

-VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 17 ed. Campinas, SP: Papirus, 2004.

-VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Portifólio, avaliação e trabalho pedagógico. 5. ed. Campinas, SP: Papirus, 2008.


Escrito por: AMANDA ALVES CARVALHO

Um comentário:

  1. Ótimo artigo Amandinha!!! É uma satisfação ter seus textos aqui no blog! Continue me enviando!
    Beijos miilllllllll!!!!!

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